quinta-feira, 11 de março de 2010

Centenário de Zé do Norte

Por Xico Nóbrega (fonte http://fnorronha.blogspot.com)

Neste dia 18 de dezembro de 2008, comemora-se o centenário de nascimento do compositor, poeta, folclorista e escritor paraibano Alfredo Ricardo do Nascimento, que se popularizou na história da radiofonia, da música popular e da cinematografia nacional com o nome artístico de Zé do Norte – num tempo em que a sua região natal – o Nordeste – era conhecida por aquela denominação.

O menino Alfredo Ricardo, órfão de pai e de mãe, teve uma infância muito pobre.
Trabalhou na enxada, apanhou algodão, conduziu tropas de burro. Gostava de cantar desde a infância, mas sem imaginar que isso pudesse ser meio de vida.

Em 1921, foi para Fortaleza, alistou-se no Exército, indo servir no Rio de Janeiro.
Convidado, atuou em programa de rádio, obtendo grande sucesso com uma embolada de sua autoria.
Acabou sendo levado para a Rádio Tupi onde cantou adotando o pseudônimo de Zé do Norte, em 1940.

Em 1941 ele foi para a Rádio Transmissora Brasileira (atual Rádio Globo) e participou de programas, como “Desligue, Faz Favor “ e “Hora Sertaneja”.
Passou depois para as rádios Fluminense, Clube do Brasil, Guanabara, atuando como animador, organizador, cantor e declamador.
Nesse tempo, Zé do Norte lançou em programa de rádio o sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga, o futuro Rei do Baião.

Zé do Norte publicou o livro “Brasil Sertanejo” em 1948 e cinco anos depois atuou como consultor do linguajar nortista e compositor no filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto (1953).

Sua música “Mulher Rendeira” (sobre motivo atribuído a Virgulino Ferreira, o Lampião) ficou mundialmente conhecida após ser incluída no referido filme.
Entre suas mais de 100 composições, a segunda mais famosa é “Sodade Meu Bem, Sodade” (1955), regravada por vários intérpretes, como Nana Caymmi e Maria Bethânia(...).